Tipos de Revestimentos Cerâmicos: Características, Aplicações e Classificações

Tipos de Revestimentos Cerâmicos: Características, Aplicações e Classificações

A etapa de acabamento é uma das mais aguardadas pelo dono do imóvel, pois é quando os ambientes ganham forma e identidade. Uma sala, cozinha ou banheiro se transformam quando o piso ou as paredes recebem o revestimento final. No entanto, é nesse momento que surgem dúvidas: qual tipo de revestimento escolher? Qual é o ideal para cada ambiente?

Embora o projeto arquitetônico geralmente indique os modelos recomendados para cada ambiente, é comum o cliente preferir uma peça diferente na hora da compra — seja por estética ou por preço. Essa substituição pode ser feita, desde que se respeitem as características técnicas e a adequação ao uso.

O que são revestimentos cerâmicos?

São peças utilizadas para cobrir superfícies de pisos e paredes, internas e externas. Oferecem proteção, resistência e apelo estético. São amplamente utilizadas na construção civil devido à sua durabilidade, fácil manutenção e variedade de cores, texturas, formatos e acabamentos.

Matéria-prima e processo de fabricação

A base dos revestimentos cerâmicos é composta por argilas plásticas, caulins, feldspato, quartzo e aditivos. O processo inclui moagem, mistura, prensagem, secagem, esmaltação (ou não) e queima em fornos com temperatura de até 1200 °C. Isso garante resistência mecânica, estabilidade e acabamento superficial.

Tipos de revestimentos cerâmicos

1. Cerâmica porosa

Possui alto índice de absorção de água (>10%). É indicada apenas para áreas internas secas, como salas e quartos. Seu uso em áreas molhadas é desaconselhado, pois absorve umidade com facilidade.

2. Cerâmica semiporosa

Absorve de 6% a 10% de água. Pode ser usada em áreas internas úmidas, como banheiros e cozinhas. Encontrada em diversos formatos e padrões.

3. Cerâmica de baixa absorção (Grés)

Absorção entre 0,5% e 3%. É resistente e pode ser usada em áreas externas com boa durabilidade. Tem melhor desempenho em pisos internos e externos

4. Porcelanato

Produto com absorção < 0,5%. Extremamente resistente, pode ser polido, acetinado, escovado (sem esmalte) ou esmaltado. Ideal para ambientes internos e externos de alto tráfego.

5. Pastilhas cerâmicas ou vítreas

Revestimentos pequenos fornecido em diversos formatos são amplamente utilizados em detalhes decorativos, fachadas e piscinas. Possuem boa durabilidade e baixa absorção de água.

Classificação PEI (resistência à abrasão)

A resistência ao desgaste é classificada de acordo com o PEI (Porcelain Enamel Institute):

  • PEI 0: Uso apenas decorativo (sem tráfego).
  • PEI 1: Áreas de baixíssimo tráfego (banheiros residenciais).
  • PEI 2: Tráfego leve (quartos e banheiros).
  • PEI 3: Tráfego médio (salas, cozinhas).
  • PEI 4: Tráfego alto (ambientes comerciais).
  • PEI 5: Tráfego intenso (áreas públicas, shoppings, entradas).

Classificação de absorção de água (NBR 13818)

De acordo com a ABNT NBR 13818, os revestimentos são classificados assim:

  • Grupo A (porcelanato): < 0,5%
  • Grupo B1a (grés): 0,5% a 3%
  • Grupo BIIa (semiporosa): 3% a 6%
  • Grupo BIII (porosa): > 10%

Peças retificadas e bold

  • Retificadas: Cortadas após a queima com precisão. Permitem juntas menores (1,5 mm) e acabamento mais uniforme.
  • Bold (naturais): Bordas arredondadas. Necessitam juntas maiores (3 mm) e têm aparência mais rústica.

Dicas de aplicação

  • Use argamassa adequada ao tipo de cerâmica e ambiente (interna, externa, fachada, piscina).
  • Obedeça ao tempo de cura: 72h para argamassa colante antes de rejuntar e no mínimo 7 dias para liberar tráfego.
  • Impermeabilize as áreas molhadas antes de aplicar o revestimento.
  • Verifique o sentido das setas no verso das peças para manter a uniformidade da instalação.

Conclusão

Escolher o revestimento cerâmico ideal exige atenção a diversos fatores: estética, absorção, resistência e local de aplicação. Entender as classificações técnicas (como PEI, absorção, classe) e conhecer os tipos de materiais disponíveis é fundamental para evitar problemas futuros, garantir durabilidade e valorizar o acabamento da obra.

Se estiver em dúvida, consulte um engenheiro ou arquiteto. Eles poderão indicar o melhor revestimento para cada situação da sua construção.


📌 Este artigo foi produzido com base na ABNT NBR 13818, catálogos técnicos de fabricantes e diretrizes do Porcelain Enamel Institute (PEI).

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