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PAPO DE OBRA
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Ponte Rio Niterói ,Autor: Halley Pacheco de Oliveira Licença: Creative Commons Atribuição Compartilha Igual 3.0 |
A Ponte Presidente Costa e Silva — famosa Ponte Rio–Niterói — é uma das maiores obras de engenharia já realizadas no Brasil.
Com mais de 13 km de extensão, ela mudou a relação entre duas das cidades mais importantes do país.
Mas sua construção não foi simples, e sua história é cheia de desafios, curiosidades e soluções engenhosas.
Antes da construção, a travessia entre o Rio e Niterói dependia apenas de:
Barcas e balsas, sempre lotadas, lentas e com longas filas;
Estradas de contorno, que aumentavam drasticamente a distância e o tempo de viagem.
Com o crescimento urbano acelerado, essas opções se tornaram insuficientes, gerando:
congestionamentos diários;
filas que chegavam a três horas;
impacto econômico e logístico para toda a região.
A ponte surgiu como solução definitiva para integrar a Região Metropolitana.
A Baía de Guanabara possui trechos rasos, áreas profundas e regiões com rocha dura. Cada pilar exigiu métodos diferentes de fundação.
Para permitir a passagem de navios de grande porte, foi criado um vão com mais de 70 metros de altura, equivalente a um prédio de 24 andares.
Peças pré-moldadas imensas precisavam ser transportadas por balsas e içadas com precisão milimétrica.
A engenharia nacional teve de importar conhecimento e adaptar soluções para um ambiente desafiador.
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construção da ponte Rio Niterói ,Autor: desconhecido Domínio público _ acervo Nacional |
A viga-caixão (box girder) é excelente para rigidez torsional, essencial para grandes pontes expostas a ventos fortes.
Quanto menor o peso próprio da estrutura, mais eficiente e econômica ela se torna — ideal para regiões profundas da baía.
As vigas-caixão podiam ser moldadas em segmentos e montadas rapidamente, acelerando a obra.
A seção fechada diminui vibrações provocadas por desprendimento de vórtices.
A obra iniciou em 1968 e foi concluída em 1974, em pouco mais de seis anos.
Mais de dez mil trabalhadores participaram do projeto, que se tornou um marco nacional.
Após a abertura ao tráfego, foram observadas vibrações atípicas causadas por:
ventos laterais intensos;
efeitos de ressonância; aproveite e veja após a sua leitura: Ressonância em Estruturas: o que é, como acontece e por que pode causar colapsos.
fenômenos aerodinâmicos como “vortex shedding”.
Motoristas relatavam balanço leve em dias ventosos, e equipamentos registravam movimentações horizontais acima do esperado.
Amortecedores de massa passaram a absorver vibrações e dissipar energia.
Trechos da viga receberam reforço e ajustes no formato para melhorar a estabilidade ao vento.
Sensores acompanham até hoje movimentos, ventos e deformações da ponte.
As vibrações aceleravam o desgaste, exigindo modernização de juntas de dilatação e do pavimento.
Hoje, a ponte:
suporta mais de 150 mil veículos por dia;
conta com inspeção contínua;
possui sistemas de monitoramento modernos;
e segue como símbolo da engenharia brasileira.
A Ponte Rio–Niterói é muito mais que uma estrutura monumental: é um exemplo de inovação, superação técnica e adaptação ao ambiente.
Sua história combina problemas reais, desafios de engenharia e soluções criativas que continuam garantindo sua segurança até hoje.
Agora que você já sabe dos desafios encontrados pós a obra da ponte: clique e leia também o nosso artigo sobre amortecedores de massa instalados em pontes e edifícios para atenuar as vibrações.
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